Mulheres na comunicação: entrevista com Eleonora Rocca, fundadora do Digital Innovation Days

A maioridade é certamente um marco importante, tanto para uma pessoa como para uma marca e, neste caso muito particular, para o nosso.
Como a mulher completou 18 anos, decidimos iniciar um projeto de Empoderamento da Mulher com foco nas mulheres que atuam na área de comunicação.
Tivemos o prazer de entrevistar Eleonora Rocca, fundadora do Digital Innovation Days, que nos contou sobre sua incrível experiência como mulher no mundo do marketing e digital.


1. Como é "ser mulher" no mundo da comunicação?

Minha experiência como mulher no mundo da comunicação tem sido muito variada e cheia de acontecimentos. Comecei na HP aos 20 anos e na mesma época comecei a faculdade de direito e estava estudando inglês porque Londres sempre foi meu sonho. Aos 23 anos, porém, percebi que não queria ser advogado, então fiz o mestrado em marketing e comunicação. E a partir daí minha carreira vertical neste mundo começou. Comecei no mundo das vendas e coordenação de projetos e depois embarquei no caminho de empreendedor, que teve seu primeiro impulso quando o Mashable em 2015 me pediu para organizar os primeiros dias de mídia social do Mashable e eu aceitei, transformando-os em poucos anos em um verdadeiro negócio com o que mais tarde recebeu o nome de Digital Innovations Days. Se você se interessou pelo evento, aqui estão todas as informações.

Morei primeiro em Roma, depois em Milão e depois em Londres, realizando o que era um sonho que tinha quando jovem, e onde além do projeto Dias da Inovação Digital continuo minha carreira em marketing, disciplina que me permitiu desenvolver minhas duas almas: a de vendas e a de uma pessoa criativa apaixonada pelo digital.

Em “ser mulher ao longo desta jornada encontrei dificuldades e continuo encontrando-as, mesmo em Londres. A tecnologia por exemplo é 90% administrada por homens, e também tive a impressão na empresa que se você se levantar na reunião e você é a única mulher, mesmo sendo uma líder forte, sempre há um certo espanto, como se no fundo do cérebro do homem, infelizmente, ainda seja um pouco estranho ver uma mulher à mesa.
No ambiente de negócios é pior. 99% dos interlocutores são homens, mas poucas mulheres. Na Singularity University, na Califórnia, havia 90 líderes mundiais, apenas 10 mulheres. No meu novo conselho, são todos homens. O projeto de treinamento inicial do Bocconi? De 8 professores, eu era a única mulher. Entre os 14 palestrantes em Monte Carlo para um evento dedicado da cadeia de blocos, eu era a única mulher.
Estamos em minoria, e a sensação que tenho, mesmo de colegas que me respeitam, é que para os homens você é sempre a irmã mais nova a ser protegida e mimada. O que também é lindo, mas até certo ponto, porque também sou empresário.
Muitas vezes, aliás, perguntam-me: "e quando for família?". Vamos esclarecer uma coisa: nem todos temos que fazer as coisas da mesma maneira ou na mesma ordem. Cada um é livre para fazer sua própria escolha, não somos obrigados a nos movermos todos da mesma maneira. É uma mensagem muito importante para passar porque, mesmo que tenhamos progredido e haja muitas realidades que inspiram as mulheres e geram contaminação, comunidades, ainda temos que trabalhar nisso.

2. 3 palavras que você associa ao empoderamento das mulheres

Personalidade, autoestima e determinação. Devemos dizer às meninas para não terem medo de pular, para não acreditarem nisso o suficiente ou para não acreditarem que estamos tramando algo. Já precisamos contaminar a universidade, educar as meninas sobre o conceito de empoderamento das mulheres e fazer com que elas entendam quais são as oportunidades reais que existem no mercado.

3. O que você diria para você e para os jovens de 18 anos de hoje?

Para mim, com 18 anos, eu diria para aprender a ser mais diplomático, o que ajuda em muitas situações. Tornei-me mais ainda desde que morei no Reino Unido, porque existe um modus vivendi. Ao longo dos anos aprendi a entender com os ingleses o quanto é importante deixar as coisas escorregar para você e que não se pode lutar contra tudo e contra todos, é preciso escolher onde investir sua energia, como me disse meu ex muito bom chefe.
Para as meninas de hoje, mesmo que pareça contraditório: distancie-se um pouco das redes sociais, não se deixe enganar pela ideia de que ser influenciador é uma coisa simples porque também é um trabalho e exige esforço. Mas também não se deixe enganar pela vida nas redes sociais, isso não é vida real, porque por mais que possamos ser autênticos, nunca somos 100% autênticos porque ninguém quer compartilhar as partes negativas da vida, e a realidade é feita de tanto eventos positivos. quanto negativos. Concentre-se em seu eu interior, perguntando-se e tentando entender o que você realmente gosta de fazer, quais são suas inspirações. Experimente, escreva um diário, desenhe, viaje, cozinhe, tente entender quais são suas paixões, cultive-as, vá além dos padrões que elas nos impõem, ouça realmente o que você quer fazer.

4. O que deve ser feito para desenvolver o empoderamento das mulheres?

A mentoria é muito importante, apoiando as figuras mais jovens com mentores, pessoas experientes e realizadas. No entanto, devem estar fora do seu contexto de trabalho, da divisão em que trabalham, que não são influenciados pela dinâmica da equipe de trabalho e que podem inspirar de forma independente de tudo.
Outra iniciativa muito bacana, proposta no Twitter, é a figura do patrocinador, alguém que leva você adiante do ponto de vista da carreira. Mais do que inspirar você, leva suas habilidades e faz você crescer, leva você para a frente na empresa. É importante saber trabalhar ao lado das pessoas certas, e isso deve ser ensinado já na universidade, na escola, não para ver quem é mais alto ou melhor como competidor, mas como alguém que pode fazer você crescer, com quem você pode fazer um trabalho real. equipe. É importante ter autoestima, ter determinação e saber se comportar, mas também é preciso ser humilde, ter a capacidade de dizer "ele é melhor do que eu" e ter vontade de apoiá-lo para crescer.

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