Tiziana Cantone: um banco vermelho para nos lembrar que não estamos sozinhos

Um banco vermelho na Piazza Duca d'Aosta. Foi assim que Naples decidiu lembrar Tiziana Cantone, a menina que se suicidou aos 30 anos após a difusão de um hard movie estrelado por ela. Acima, uma placa “Proteja-se, proteja-se, mas primeiro proteja-se. Em memória de Tiziana Cantone ". Este gesto efetivo, inserido no contexto do dia mundial contra a violência contra a mulher, tem um valor simbólico: pretende sensibilizar a opinião pública, sobretudo dos mais jovens, para o tema da violência e do poder impactante da web.

A iniciativa foi calorosamente apoiada pela Comissão para a Igualdade de Oportunidades da Região da Campânia, pelo Município de Nápoles e, em particular, pela mãe de Tiziana, Maria Teresa Giglio. A mulher, ainda visivelmente abalada com a perda de sua filha, "O significado de sua vida", se esforça todos os dias para que a justiça seja feita a ela. “Agora a Tiziana deixou de ser invisível e é reconhecida pelo que realmente foi, uma menina maravilhosa, muito doce e empática”, comenta dona Giglio com a voz quebrada pelo pranto. A mulher também ataca a indiferença do que ela chama de Bem napolitano, que considerou moralmente responsável pela morte de Tiziana.

Foi a teia que matou a Tiziana

O que matou Tiziana foi a cultura machista que a sujeitou a um pelourinho da mídia sem precedentes após o episódio pornô de vingança que ela era vítima. Esta expressão falada em inglês significa a publicação não autorizada de material pornográfico em um plano de vingança contra o ex-parceiro de alguém. Tiziana era uma menina frágil e vulnerável, marcada pelo abandono do pai. "Uma menina em um mundo de adultos", a assim chamada um médico que a tratou, que se amarrou a um homem errado, iludindo-se que ela finalmente encontrou alguém que poderia juntar todas as suas peças novamente. Mas foi o próprio homem em quem ela confiou que explorou suas fraquezas e a envolveu em um jogo perverso de trapaças e vídeos difíceis.

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A lei italiana sobre pornografia de vingança

Em 17 de julho de 2019, o Parlamento italiano aprovou definitivamente o projeto de lei da pornografia de vingança que prevê uma pena de um a seis anos de prisão e uma multa entre 5.000 e 15.000 euros. A morte de Tiziana acelerou os tempos bíblicos da justiça italiana e abriu nossos olhos para um fenômeno cada vez mais alarmante, especialmente entre os jovens que muitas vezes não têm a percepção dos perigos que podem correr online. A esse respeito, um estudo do Observatório Nacional do Adolescente, realizado em 2018 em colaboração com o portal skuola-net, mostrou que 19% dos adolescentes entre 14 e 19 anos enviam suas imagens sexuais por meio eletrônico.

Meninas, vocês não precisam ter vergonha!

A partir de agora aquele banco estará lá para lembrar às meninas que elas não estão sozinhas, que a morte de Tiziana não foi em vão, mas que pode servir para ajudar pessoas que estão na mesma situação que ela a encontrar coragem para denunciar e salvar eles próprios. Em casos como esse, as únicas pessoas que devem sentir vergonha são aquelas que espalham ilegalmente e violam a intimidade dos outros.

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