Mulheres e ciência: a lacuna de gênero também afeta as disciplinas STEM

Aqui estamos falando novamente sobre a disparidade de gênero, uma discriminação que tem seus alicerces no gênero sexual de uma pessoa. A pessoa em questão, infelizmente, é sempre uma mulher.

Infelizmente, esse flagelo atinge os mais diversos campos e, nos últimos anos, o discurso também se estende às disciplinas STEM (Ciências, Tecnologia, Engenharia e Matemática), sigla para indicar as disciplinas da área científica como ciências, tecnologia, etc. engenharia e matemática.Neste sentido, em 2018, o Politécnico de Milão lançou o POP (Igualdade de Oportunidades Politécnicas), um projeto com o objetivo de combater esta discriminação e favorecer um aumento substancial da percentagem de mulheres no mundo da ciência. Por trás da ideia, o rosto de uma mulher, em particular o de Donatella Sciuto, protetora da universidade milanesa desde 2010 onde ela mesma se formou em engenharia eletrônica com especialização em TI. Uma vanguarda, se considerarmos que o Sciuto está na classe 62 e, consequentemente, estudado em um período histórico em que as mulheres com tão alto nível de escolaridade eram verdadeiras moscas brancas.

O objetivo do POP é aproximar as mulheres das disciplinas científicas, tradicionalmente prejudicadas por preconceitos sociais de que as meninas querem estudar literatura e os meninos aos estudantes de engenharia e garantir a igualdade de oportunidades não só no âmbito universitário, mas sobretudo no mundo do trabalho que aguarda o "Cientista", uma vez formado. De facto, em 2019, o projecto “Respeitar-Acabar com a Violência Contra as Mulheres”, realizado pelo Censis em colaboração com a Direcção para a Igualdade de Oportunidades da Presidência do Conselho de Ministros, destacou que a adesão feminina a cursos de estudos relacionados com TI e Tecnologias gira em torno de 13%, enquanto, no caso da engenharia industrial e da informação, sofre um ligeiro aumento, chegando a 22%. Estes números são insignificantes se considerarmos que, por outro lado, as alunas que optam pela formação na docência são 91,8% do total e 81,6% e 77 nas áreas linguística e psicológica, respetivamente, 6%.

É chegado o momento de as mulheres “ousarem” abordar temas como engenharia e informática, dado o papel cada vez mais importante que desempenham no mundo de hoje e, sobretudo, no de amanhã. Ao contrário, haverá um processo inexorável de fossilização do "patriarcado científico", alimentado por estereótipos que inibem as ambições das mulheres.

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Exemplos que vão contra a tendência no que diz respeito à lacuna de gênero no mundo científico são fornecidos a nós por nosso belo país. Exemplos que nos devolvem a esperança e nos inspiram a ir além das convenções, rompendo as barreiras virtuais que nos impedem de acreditar em nós mesmos se nos engajarmos em setores de prerrogativas tradicionalmente masculinas.

Mulheres como Rita Levi Montalcini, a primeira mulher a ingressar na Pontifícia Academia de Ciências e Prêmio Nobel de Medicina em 1986, graças à identificação das moléculas Ngf, fundamentais no desenvolvimento embrionário e úteis nas terapias de Alzheimer.

Margherita Hack, astrofísica e primeira mulher a ocupar o cargo de diretora do Observatório Astronômico de Trieste de 1964 a 1987, concedeu a Medalha de Ouro ao meritório da ciência e da cultura por seu compromisso com a pesquisa e os direitos civis.

Samantha Cristoforetti que, com a licenciatura em engenharia mecânica pela Universidade de Munique, é a primeira astronauta de nacionalidade italiana a realizar um voo espacial, durante o qual bate o recorde europeu e o recorde feminino de permanência no espaço num único voo, 199 dias.

Fabiola Gianotti, física italiana em seu segundo mandato na administração geral do CERN em Genebra, o maior laboratório de física de partículas do mundo. É a primeira vez na história do instituto que a mesma pessoa é reconfirmada como diretora. Ele se aproxima do mundo científico inspirado na biografia de Marie Curie e no efeito fotoelétrico explicado por Einstein. Em 2012, a Time a cita entre as cinco personalidades do ano e, no ano seguinte, é incluída entre os centros femininos mais influentes do mundo pela revista Forbes. Seu principal mérito foi a descoberta do bóson de Higgs, partícula que dá massa a todas as outras, sem a qual nosso universo não existiria.

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