Little Miss Period: um fantoche para lutar contra os tabus do ciclo

Há um novo boneco na cidade. Chama-se Little Miss Period: é toda rosa e cabeluda, com um par de lábios vermelhos ardentes e está pronta para conquistar o Japão. Seu objetivo é um só: eliminar os tabus que pairam sobre o tema da menstruação. Por muito tempo o debate do ciclo foi dominado pelo “constrangimento, como se, apenas por nomeá-los, nós, mulheres, pudéssemos ser considerados“ sujos ”. Mas chegou a hora de esse pelourinho social acabar.

A ideia de criar este personagem partiu, contra todas as expectativas, de um homem, o ilustrador Ken Koyam, que, em 2017, desenhou um manga a partir do qual foi feito um livro e, agora, também um filme que vai estrear. Em Hong Kong. No mangá "Seiri-chan" em japonês, a boneca dá socos no intestino das mulheres para esticá-las e tirar seu sangue com uma seringa, quando o marido ou possível parceiro da mulher em questão não demonstra empatia por ela dor, ela também recebe um soco “menstrual”, uma lição drástica mas eficaz para fazê-las entender o que as mulheres sentem uma vez por mês. O objetivo do autor é abrir caminho para uma crescente abertura e conhecimento sobre o assunto, ainda hoje objeto de falsos mitos e lendas infundadas. Ou melhor, com base na ignorância.

A história tem como ponto de partida a história, ambientada na época feudal, de uma jovem japonesa que, durante os dias de seu ciclo, está confinada em uma cabana por ser considerada impura. O filme, da mesma forma, mas em versão atualizada, segue a história de Aoko, uma menina que trabalha em uma editora onde é obrigada a interagir com um chefe que demonstra pouca compreensão pelo seu sofrimento mensal. “Se ao menos os homens menstruassem, mesmo que apenas uma vez por ano, eles entenderiam”, é o reflexo de Aoko, assombrada diariamente pela marionete rosa, terna e, ao mesmo tempo, perturbadora personificação do ciclo menstrual.

O emblema do ciclo: o caso da mídia estourou no Japão

Ainda estamos falando sobre o Japão e a menstruação quando falamos sobre "crachás de ciclo", um caso que acendeu a opinião pública. Aconteceu em Daimaru, uma loja de departamentos em Osaka, onde um distintivo distinto foi introduzido que os vendedores podem usar voluntariamente em dias de ciclo. O projeto nasceu a partir da proposta das próprias mulheres, maioritariamente integradas no quadro de colaboradores, que visavam sensibilizar os colegas do sexo masculino para o assunto, tornando-os mais compreensivos e dispostos a dar momentos de descanso aos colegas exaustos do ciclo. Nem todo mundo gostou da ideia e não demorou muito para que as críticas começassem a chover. A iniciativa foi vista por muitos como mais um episódio de sexismo e discriminação em que as vítimas são sempre mulheres. A loja de departamentos mostrou-se disponível para comparação e informou que o programa não será cancelado, mas modificado. Por isso, poucos dias após a inauguração de um novo departamento dedicado à higiene feminina, as funcionárias têm encarado o tema menstruação de forma incrivelmente aberta e espontânea, compartilhando sua experiência e trabalhando juntas em soluções que possam tornar o ambiente de trabalho o mais confortável possível.

Nós da alfemminile esperamos que a Itália possa se inspirar em nossos colegas do Sol Nascente.

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