Espancar as crianças: você pode viver sem isso! Como agir com responsabilidade.

Nas brigas com os filhos, sai o pior dos pais: uns conseguem manter um certo autocontrole, mas outros cedem à repreensão e às vezes a socos no traseiro. Hoje tentamos entender se bater em uma criança realmente serve para educá-la. É completamente normal ter sentimentos de culpa quando sentimos que nosso comportamento está errado; veja no vídeo em que situações é mais do que legítimo tê-lo e como se comportar.

A surra

Todos nós provavelmente recebemos pelo menos uma na infância: a surra clássica que só servia para gerações de avós. Mas ainda é assim hoje?

Por surra, queremos dizer aquele golpe que se costuma dar na bunda, normalmente em crianças, com a mão aberta. Pode acontecer quando uma criança tem acessos de raiva muito insistentes, quando faz muitas travessuras ou mesmo quando o pai não consegue resolver o conflito existente e se entrega a este ato um pouco frustrado.
Por vezes, no entanto, estes simples tapas na bunda podem levar a golpes de verdade e por isso é bom perceber onde está o limite para não causar danos psicológicos aos mais pequenos.

Se antes as bofetadas eram consideradas absolutamente normais, hoje existe um pouco mais de resistência a perdoar esse tipo de atitude para com as crianças: cada vez mais especialistas no assunto e estudos internacionais mostram que surra não é um método com validade educacional e que, além disso, torna as crianças mais agressivo na idade adulta, menos autoconfiante e com o pensamento fixo de não estar à altura da situação.

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Bater em uma criança é educacional?

Nos dias de hoje, a resposta mais comum é não, pelo menos para a comunidade científica e pedagógica.
No momento parece que o tapa na bunda é útil para corrigir um mau comportamento da criança: a resposta à surra é rápida, ou seja, a criança congela e deixa de fazer aquela atitude "não tolerada".
No entanto, quando usado como um método educacional e não como um ato extremo em situações realmente difíceis e raras, dar uma surra em uma criança faz mais mal do que bem, tanto a curto quanto a longo prazo.

Os estudos mais recentes e os renomados Academia Americana de Pediatria (American Association of Pediatricians) demonstraram a ineficácia deste método para a educação de crianças. O castigo corporal, embora brando, tem efeitos muito negativos na psique dos menores, que enfrentarão emoções nunca administradas mesmo na idade adulta.
Pesquisas baseadas em amostras de sujeitos "agredidos" mostram que tais indivíduos têm uma inclinação maior para desenvolver dependência de álcool e drogas. Isso sem falar em todos os transtornos afetivos e cognitivos, encontrados em percentuais expressivos que variam de 2 a 7%.

A educação rígida de um pai, que age por meio de palmadas repetidas, também tem repercussões na carreira escolar e na integração em sala de aula. Os estudos cruzaram os dados e constataram que aquelas crianças que apanharam ou foram educadas de forma mais rígida do que as outras, principalmente nos primeiros 2 anos de vida, foram levadas com notas ou enviadas para casa por atitudes não adequadas ao contexto.

Portanto, ficou estabelecido que dar tapinhas na bunda de um filho não é um método educacional válido, pois, ao contrário do que é inerente à nossa cultura, a surra não ajuda a criança a aprender o comportamento correto. Como agir corretamente então?

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O que realmente está por trás de uma surra

Por que um pai, ciente desses problemas que levam a muitos tapas, cede a esses comportamentos? Por motivos diversos, que variam muito de acordo com o contexto familiar e cultural em que se vive.

Atrás de um tapa pode estar o estresse, o cansaço, os ritmos frenéticos ... mas também a incapacidade (no sentido de não saber mais) de manejar certas situações com crianças, que têm essa incrível capacidade de trazer à tona o melhor e o pior de mamãe e papai.

Quase todos os adultos ficam muito nervosos com os caprichos típicos das crianças: jogar a casa para o alto, protestar incompreensivelmente ao se jogar no chão ou cooperação zero quando você tem que sair de casa, só para citar alguns.
É nessas situações que começa o impulso de levantar o braço e dar um tapinha na bunda do menino, só a maneira mais rápida que os pais têm de liberar a tensão, porque visualmente tem certo resultado.
Parece que a mãe ou o pai encontraram a solução para o problema, mas é apenas um atalho.
Por meio da surra, o pai impõe seu papel ao filho, mas não é assim que ele assumirá as rédeas da situação, porque não está de forma alguma criando os alicerces de autoridade fundamentais para a educação de um filho.

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Evite situações críticas: mude hábitos

Se quer melhorar o seu comportamento porque acreditamos que bater no nosso bebé não é a solução para o problema, é bom olhar para dentro para tentar mudar os nossos hábitos. Nem sempre é fácil seguir um caminho autocrítico, mas é a única maneira de tentar encontrar a melhor versão de si mesmo.

Como pai, tente entender quando "a surra escapa: mais pela manhã ao se preparar para sair ou à noite depois de um" dia agitado de trabalho? Em ambos os horários do dia existem pequenas estratégias a serem implementadas para evitar chegar ao momento do surto.

Por exemplo, de manhã, será o suficiente para se levantar alguns minutos antes, mesmo 10; isso vai ajudar a começar o dia com o pé direito e não permitir que a ansiedade de chegar atrasado no escritório recaia sobre a criança. Acima de tudo, você não o deixará no jardim de infância ou na escola com um peso na consciência e seu filho irá para a aula mais relaxado.
À noite, mantenha uma rotina tanto quanto possível e se seus filhos resistirem a fazer as ações da hora de dormir, mostre que você é o primeiro a fazê-las. Além disso, se você já sabe que as coisas vão ser difíceis em casa, tente aliviar as tensões do trabalho distraindo-se no carro ou caminhando alguns minutos antes de passar pela porta.

É possível evitar surras e também existem alternativas válidas para fins educacionais. Obviamente, só você conhece a situação em casa, mas lembre-se que principalmente com crianças pequenas, no jardim de infância ou na idade materna precoce, ainda seria inútil bloquear os comportamentos errados com um tapa na bunda; eles ainda não conseguem entender o motivo da punição e certamente não parariam diante de uma surra que pode chegar abafada pela fralda.

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Que alternativa à surra?

Você entende que bater em crianças é de pouca utilidade, a não ser para piorar o relacionamento entre pais e filhos e minar seu senso de segurança. Portanto, é necessário encontrar outra forma de 'educar' a criança, que não envolva o castigo físico.

A melhor maneira de fazer uma criança entender uma atitude errada é abrir um diálogo com ela: explique por que aquilo que ela acabou de fazer não é bom com um tom firme, mas não agitado, calmo. As palavras devem ser poucas e diretas, melhor ainda se acompanhadas do contato visual, para que a criança entenda melhor que deve se concentrar na mensagem que você está prestes a transmitir.
Se a criança for mais velha, você pode levá-la de volta, incentivando-a a sentar-se um pouco e refletir sobre o que aconteceu.

Este exercício, se pode ser cansativo, é porém aquele que levará seu filho a enfrentar situações de crise sem usar a força.

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